Há exatamente dez anos atrás descobri que meu filho, na época com 15 anos, estava usando drogas. Foi um choque para toda a família e perguntávamos por que conosco, como se a droga escolhesse onde se instalar. Perdemos o chão, não sabíamos como ajudar, pois até então não tínhamos nenhuma experiência com o fato, a não ser através de reportagens. Tenho mais dois filhos e sempre (eu e meu marido) nos preocupamos em orientá-los com relação drogas. Quando aconteceu levamos o adicto à terapia, tratamento que ele não aceitou.

Eu me sentia completamente perdida, adoeci e passei a desacreditar na vida. Só que percebi que tinha mais dois filhos e precisava cuidar deles e também do adicto. Então por indicação de um amigo procurei um Grupo Nar-Anon mais próximo e comecei a frequentar; durante dois anos participei praticamente de todas as reuniões. Foi ótimo!

Consegui entender que a adicção é uma doença e percebi que não estava sozinha nessa luta, que não era somente eu, que havia outras pessoas passando pelo mesmo problema que eu e às vezes até pior. Meu filho teve uma melhora, voltara a trabalhar, mas não havia parado de usar. Até que o problema se agravou e o internamos em uma clinica de reabilitação. Ele voltava da clínica e recaia logo em seguida. Na verdade ele nunca conseguiu levar um tratamento até o final e sempre saia das clínicas antes. Quando percebemos que a situação estava insustentável resolvemos tentar uma internação involuntária, onde ele permanece há dois meses e meio.

Eu voltei ao Nar-Anon para continuar cuidando de mim. Infelizmente na cidade onde moro não tem Grupo.

Mas sempre que estou em São Paulo, procuro frequentar um Grupo. Só por hoje estamos bem.