Constatar minha impotência diante da adicção de meu filho foi a minha primeira grande vitória depois que comecei a frequentar o Grupo Nar-Anon. Depois dessa descoberta, consegui tirar o peso de minhas costas.
Eu já conhecia os caminhos da não facilitação e cansada do sofrimento praticava o desligamento, mas sem amor, o que me causava muita dor, remorso e sentimento de culpa. Ainda tinha que esconder meus sentimentos de angústia da família, que como eu, não aceitava a drogadicção como uma doença e não perdoava o adicto pela sua “escolha”. Eu vivia um inferno familiar e social. Não externava meus sentimentos para não ouvir críticas dolorosas sobre meu filho. Perdi a vontade de viver.
Sentia-me a mais infeliz das mães até que conheci o Nar-Anon. Comecei a praticar os Doze Passos e a usar todas as ferramentas oferecidas pelo programa. Compartilhava regularmente nas reuniões e senti necessidade de servir. Queria divulgar a todos que convivem com a adicção, que existe um modo novo de viver.
Atualmente, aceito que a adicção é uma doença e estou mais próxima de meu familiar. A cada dia, aprendo um pouco mais. Descobri meus defeitos de caráter e conheço a exata dimensão de minha pequenez diante de meu Poder Superior. Creio que Ele tem um propósito em minha vida e na de meu familiar adicto e por isso entreguei em suas mãos minha vida e minha vontade.
Hoje sou uma pessoa melhor. Só por hoje funciona.