Quando cheguei ao Nar-Anon, eu não percebia que era um codependente. Isso tornou o desligamento, que me foi sugerido, mais trágico do que poderia ser.
Como toda pessoa adoecida, eu não sabia como ajudar a mim mesmo. Considerava o desligamento, enquanto mudança necessária para resolver tantas crises, fosse algo traumático, mutilador da minha família. Para mim, desligamento significava romper, esquecer e jogar tudo pela janela.
Levei algum tempo para entender que colocar fim a laços emocionais não é necessariamente cortá-los. As ligações com o adicto podem prosseguir e tornarem-se menos densas, prolongando-se e se aprofundando ao mesmo tempo.
Agora tenho consciência de que qualquer conexão pode ser rompida quando a minha sobrevivência está ameaçada. O programa de recuperação que a irmandade me sugere, capacitou-me a fazer mudanças nesse sentido, aprofundando a minha satisfação emocional e espiritual. Comprometi-me novamente com a corrente da vida, tomando distância, mudando conexões, sem a necessidade de apagar alguém que amo.